sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

MARIA, PURA, PURÍSSIMA


Maria Puríssima, Nunca Pecou

Quando Adão e Eva pecaram, condenando os seus descendentes ao pecado e à morte, Deus revelou o seu plano para redimir a humanidade mediante o mistério da Encarnação. Em sua divina Sabedoria, Deus decidiu nascer de uma mulher. Esta mulher extraordinária, que foi escolhida desde o princípio dos tempos para ser a sua Mãe é a Virgem Maria.
Lucas 1, 26-30 — "No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe: 'Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!' Ela ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: 'Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus'".
O Anjo disse a Maria que ela viria a ser a Mãe do Messias e que ela foi escolhida por Deus para esta importantíssima e santíssima missão. Deveria ser óbvio para todos os crentes que Deus, em sua inconcebível pureza e santidade, não poderia habitar no seio de uma mera mulher pecadora. No entanto, alguns afirmam que Maria era uma criatura pecadora como qualquer outra e manchada pelos efeitos do pecado original como qualquer outra filha de Eva.
Romanos 3, 20-26 — "Pois diante Dele ninguém será justificado pelas obras da Lei, pois da Lei vem só o conhecimento do pecado. Agora, porém, independentemente da Lei, se manifestou a justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos Profetas, justiça de Deus que opera pela fé em Jesus Cristo, em favor de todos os que crêem — pois não há diferença, sendo que todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus — e são justificados gratuitamente, por sua graça, em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus: Deus o expôs como instrumento de propiciação, por seu próprio sangue, mediante a fé. Ele queria assim manifestar sua justiça, pelo fato de ter deixado sem punição os pecados de outrora, no tempo da paciência de Deus; ele queria manifestar a sua justiça no tempo presente para mostrar-se justo e para justificar aquele que é pela fé em Jesus".
Alguns usam este versículo isoladamente ("todos pecaram") numa imatura tentativa de provar que Maria não poderia ter sido concebida sem pecado, caso contrário as Sagradas Escrituras cairiam em contradição. Este argumento não considera o contexto das palavras de São Paulo. Quando lemos toda a Carta de São Paulo aos Romanos, percebemos claramente que São Paulo está tratando da humanidade em geral. E se considerarmos o versículo 23 como uma regra absoluta, declarando que todos sem qualquer exceção pecaram, então o próprio Jesus também acabaria sendo incluído nessa categoria. E isto sim produziria uma contradição bíblica de enormes proporções!
Mas lendo o contexto de todo o capítulo 3 da Carta aos Romanos, podemos compreender claramente que:
a) Deus em Sua graça tem o poder para perdoar as transgressões; e
b) Que nenhum ser humano pode, por seu próprio esforço, ser completamente justificado perante Deus.
A palavra-chave para compreendermos esta situação é "graça". É a graça de Deus que torna a justificação humana possível. Maria é "cheia de graça" (Lucas 1, 26-30) e não por causa do seu próprio esforço, mas por um ato totalmente imerecido de Deus que a preparou antecipadamente para ser a Nova Eva, a Arca da Nova Aliança, a Esposa do Espírito Santo, a Mãe do Deus Filho. Avançando na leitura da Carta aos Romanos, vemos como São Paulo ilustra esta questão usando as vidas de Esaú e Jacó, ambos filhos de Isaac:
Romanos 9, 11-16 — "Quando ainda não haviam nascido, e nada tinham feito de bem ou de mal — a fim de que ficasse firme a liberdade da escolha de Deus, dependendo não das obras, mas daquele que chama - foi-lhe dito: 'O maior servirá ao menor', conforme está escrito: 'Amei a Jacó e aborreci a Esaú'. Que diremos então? Que há injustiça por parte de Deus? De modo algum. Pois ele diz a Moisés: 'Farei misericórdia a quem eu fizer misericórdia e terei piedade de quem eu tiver piedade'. Não depende, portanto, daquele que quer, nem daquele que corre, mas de Deus que faz misericórdia".
Deus, em sua infinita Sabedoria, escolheu Jacó para ser o ancestral do Messias. Essa graça foi dada a Jacó sem qualquer mérito próprio da sua parte. Foi simples desejo de Deus agir sobre ele em benefício da humanidade. Não existe qualquer razão para Deus não ter aplicado o mesmo princípio com Maria, que estava destinada a servir a Deus numa posição muito mais privilegiada do que a do patriarca Jacó.
Logo, quando São Paulo escreve: "todos pecaram", está se referindo àqueles capazes de cometer pecados. No entanto, Maria foi isenta do pecado original por Deus e não por seus próprios méritos. Ela foi livrada da mancha do pecado em preparação para o papel único que protagonizaria na salvação da humanidade. Deus pode fazer isto? Sim, Ele é absolutamente capaz de fazê-lo. O sacrifício de Jesus é "de uma vez por todas", é eterno e assim resgata as pessoas que viveram antes e depois da sua morte na Cruz.
São Paulo diz ainda: "Ele [Deus] justifica aquele que tem fé em Jesus". Isto foi feito em relação a Maria de uma maneira perfeita, pois era necessário para a salvação da humanidade. Só que no caso de Maria, realizou-se antecipadamente. Ela foi a primeira a crer no plano de salvação de Deus quando disse: "Faça-se em mim segundo a tua palavra!" (Lucas 1, 38).
Romanos 3, 10-18 — "Conforme está escrito: Não há homem justo, não há um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus. Todos se transviaram, todos juntos se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer. Sua garganta é um sepulcro aberto, sua língua profere enganos; há veneno de serpente debaixo de seus lábios, sua boca está cheia de maldição e azedume. Seus pés são velozes para derramar sangue; há destruição e desgraça em seus caminhos. Desconheceram o caminho da paz, não há temor de Deus diante de seus olhos".
Aqui São Paulo cita o Salmo 14 para ensinar que os iníquos são, todos eles, pecadores sem exceção. O mesmo Salmo também mostra que os justos são aqueles que vivem uma vida reta. Nem São Paulo, nem o Salmista têm a intenção de ensinar que todos os seres humanos sem exceção alguma são completamente iníquos. Há muitíssimas pessoas na Bíblia consideradas retas e justas, apesar de terem o pecado original.
Lucas 18, 18-26 — "Certo homem de posição lhe perguntou: 'Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?' Jesus respondeu: 'Por que me chamas de bom? Ninguém é bom, senão só Deus! Conheces os mandamentos: Não cometas adultério, não mates, não roubes, não levantes falso testemunho, honra teu pai e tua mãe'. Ele disse: 'Tudo isso tenho guardado desde a minha juventude' Ouvindo, Jesus disse-lhe: 'Uma coisa ainda te falta. Vende tudo o que tens, distribui aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois vem e segue-me'. Ele, porém, ouvindo isto, ficou cheio de tristeza, pois era muito rico. Vendo-o assim, Jesus disse: 'Como é difícil aos que têm riquezas entrar no Reino de Deus! Com efeito, é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!' Os ouvintes disseram: 'Mas então, quem poderá salvar-se?'”
Muitos citam o que Jesus disse em Lucas 18, 19: "Ninguém é bom, senão só Deus", para assim afirmar que Maria não poderia ser perfeitamente boa. Mais uma vez devemos chamar a atenção para o contexto. Jesus termina o seu ensinamento com as palavras: "As coisas impossíveis aos homens são possíveis a Deus". Foi o Todo-Poderoso quem derramou a sua graça sobre Maria para que ela fosse perfeita para receber em seu seio a vida do seu Criador. Justamente por isso o Anjo a chama de "cheia de graça".
Lucas 1, 47-48 — "Meu espírito exulta em Deus, em meu Salvador, porque olhou para a humilhação de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada".
Maria, ela mesma, declara que foi salva por Deus. Ela também menciona sua "pequenez". Alguns enxergam nisto uma admissão de pecado, mas tal admissão contradiria aquilo que o Anjo acabara de lhe dizer. Na verdade, Maria pode chamar Deus de seu Salvador porque Deus a separou do destino comum da humanidade enquanto ela ainda encontrava-se no ventre da sua mãe. A Maria foi antecipadamente concedida a graça extraordinária da salvação, para que ela pudesse estar pronta para a sua missão sem igual [na História da Humanidade]. A humilde admissão de sua pequenez não é, portanto, uma admissão de pecado, já que toda criatura é extremamente pequena quando comparada a Deus. Jesus diz: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas" (Mateus 11, 29). Admitir sua própria pequenez é sinal de santidade e não uma admissão de pecado.
Mateus 1, 18-25 — "A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, comprometida em casamento com José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo. Enquanto assim decidia, eis que o Anjo do Senhor manifestou-se a ele em sonho, dizendo: 'José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados'. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: 'Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel', o que traduzido significa: 'Deus está conosco'. José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher. Mas não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus".

Este versículo aponta que José teve relações conjugais com Maria após o nascimento de Jesus? A expressão "não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho" poderia sugerir que sim. Contudo, nós encontramos a mesma expressão em 2Samuel 6, 23 e em várias outras passagens da Bíblia. Afirma-se aí que Micol "não teve filhos até o dia da sua morte". Isso obviamente não quer dizer que Micol teve filhos após esse dia. Muitos não compreendem o temor de José, assumindo que ele duvidava da pureza de Maria. Porém, Maria era desposada com José e muito provavelmente informou o seu futuro marido acerca do que o Anjo lhe havia profetizado.
Cerca de seis meses antes, um Anjo havia anunciado aos parentes de Maria, Zacarias e Isabel, que eles teriam um filho (Lucas 1, 5-25). Tendo conhecimento de tudo isto, José poderia facilmente deduzir que algo estava acontecendo. Deus estava visivelmente agindo em suas vidas.
A notícia acerca de Maria certamente deve ter suscitado temor no coração de José. Ele não poderia tocar a mulher que Deus tinha escolhido para ser o seu Santo dos Santos vivo! Apenas quando o anjo reafirma isso em um sonho é que ele obedientemente aceitará sua missão de guardião e pai putativo do Messias. Assim forma-se a Sagrada Família: três pessoas virgens inteiramente dedicadas a cumprir a vontade de Deus.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

EXPERIENCIA COM DEUS

O ser humano como criatura divina tem sua forma de se expressa e manter um relacionamento intimo com Deus. Muitas vezes pensamos estar sozinhos neste meio universo que é o nosso Planeta Terra, mas não estamos. Somos seres dotados de uma rara inteligência que se assemelha a inteligência do seu Criador. Portanto muitas vezes nos deparamos frente a frente com fatos bem relevantes e misteriosos em nossa vida que até nos assusta. Mas assustar-se é uma inerência própria de nossa fragilidade humana principalmente quando não conhecemos o que está a nossa volta, principalmente quando nos deparamos com ações    sobrenaturais.
Para todos os que creem na vida eterna, quando os fatos nos detalha a natureza Divina e tudo o que está a nosso inteiro dispor, não porque mereçamos, mas pela pura justiça e misericórdia divina que se derrama sobre cada ser voltado para Deus que na plenitude dos tempos nos deu seu Filho amado para nos regatar do pecado cometido desde nossos primeiros pais.
Sem experiência alguma em Deus o homem mesmo com sua capacidade  ainda não compreende o grande mistério que o envolve muito menos como acontece o grande mistério do Amor de Deus em sua vida.