segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A MISSA PARTE POR PARTE



            A Missa  sempre foi o centro da comunidade e o sinal de unidade por aqueles que recebem o mesmo Batismo, vivem a mesma fé e se alimenta do mesmo Pão, por isso rezam e cantam todos juntos.

           
Rezar em comunidade

Quando os Reis Magos se protraram para prestar sua homenagem para adorar a Jesus. Quem eles encontraram com Ele? Sua mãe a “Virgem Maria”, a primeira a adorá-lo a prestar culto, Jesus não estava sozinho, Deus quis a presença de Maria ali junto a Jesus, que sempre esteve presente em cada momento, em cada celebração.

Desde o momento em que Jesus nasceu a comunidade está presente para adorá-lo.      Podemos ver no próprio Evangelho:

                        MT 2, 11               Lc 2, 8-20

1Tm 2,8                   Mt 26, 39

O próprio Pai Nosso é uma oração comunitária, não podemos dizer Pai meu, nem quando rezamos sozinho.

Os gestos, o canto, os objetos em uma celebração litúrgica e tudo o que acontece tem seus significados, nada é por acaso ou inventado.

Comecemos pelos gestos

Sentado – posição cômoda para ouvir as leituras, a homilia e meditar. É a atitude de quem não tem pressa de sair.
De pé – posição de quem houve com atenção e respeito, indica prontidão e disposição para obedecer é a posição do orante.  (Mc 11,25/Ap 7,9)
De joelhos – Significa Adoração a Deus, posição comum diante do Santíssimo Sacramento e durante a consagração do pão e do vinho. ( Fl 2, 10/ At 9, 40)
Genuflexão – É o gesto de adoração a Jesus na Eucaristia. Fazemos quando entramos na Igreja e dela saímos, se ali existe Sacrário.
Inclinação – Inclinar-se diante de alguém é sinal de grande respeito. É também adoração diante do Santíssimo Sacramento. Os fiéis podem inclinar-se para receber a benção solene.
Procissão – Simboliza a peregrinação do Povo de Deus para a casa do Pai. Na Missa podemos fazer diversas procissões se forem convenientes: na Entrada  do Presidente da Celebração, no Evangelho, no Ofertório, na Comunhão, etc.
Mãos levantadas – Significa súplica a Deus (1Tm 2, 8)
Mãos juntas -  Significam atitudes de  recolhimento interior, busca de Deus, fé, súplica, confiança e entrega da vida. É ainda de profunda piedade.
Prostração – Atitude própria de quem se consagra a Deus, como na ordenação sacerdotal. Significa morrer para o mundo e nascer para Deus com uma vida nova  e uma nova missão.
Silêncio – Ajuda o aprofundamento nos mistérios de fé “O Senhor fala no silencio do coração”. É oportuno fazer silencio depois das leituras, da homilia e da Comunhão, para interiorização do que o Senhor disse e também uma forma de meditar.
“Os gestos  e posições do corpo tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo devem contribuir para que toda celebração resplandeça...” “ Deve-se, pois, atender às diretrizes desta Instrução geral e da prática  tradicional do Rito romano e a tudo que possa contribuir para o bem comum espiritual do povo de Deus, de preferência ao próprio gosto ou arbítrio”. (DE VII, 42).
            O Decreto determina ainda que a posição do corpo de todos os participantes devem se observar um sinal de unidade dos membros da comunidade cristã, reunidos para a Sagrada Liturgia.


CANTO LITURGICO

            O Canto na Missa ou nas celebrações litúrgicas, tem um papel fundamental. indica que estamos a serviço do louvor a Deus e da nossa santificação.
            “O Apostolo Paulo aconselha os fiéis, que se reúnem em assembléias para aguardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos, salmos, hinos e cânticos espirituais (Cl 3,16), pois o canto constitui um sinal de alegria no coração (At 2, 46). Por isso dizia santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”, e há um provérbio antigo que afirma: “Quem canta bem, reza duas vezes. (Dec. do Concílio Ecumênico Vaticano II, 39)
            Portanto o canto deve não só embelezar a Missa, mas também nos ajudar a rezar. E cada um deve estar em plena sintonia com o momento litúrgico que se celebra, a fim de que não se cante na Missa, mas que se cante a Missa.
           
O que é Rito Litúrgico?
            O Rito Litúrgico é o conjunto de prescrições que regulamentam as cerimônias na Igreja Católica Romana contidos nos livros litúrgicos católicos.

A MISSA DE DIVIDE EM :
           
1- RITOS INICIAIS

2- LITURGIA DA PALAVRA

3- LITURGIA EUCARÍSTICA

4- RITOS FINAIS


PRIMEIRA PARTE DA MISSA


1-      RITOS INICIAIS

Segundo o Decreto Ecumênico Vaticano II, são os ritos que precedem a liturgia
da palavra, isto é, a entrada, a saudação, o ato penitencial, Kirié, Glória e a oração do dia, que tem caráter introdutório e sua finalidade é fazer com que os fiéis reunidos em assembléia, constituam comunhão e se disponham a ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a eucaristia.

No sacrário está o corpo  e o sangue de Jesus Cristo. A luzinha acesa é o sinal da presença de Jesus, o Deus vivo. Por isso fazemos genuflexão, como sinal de adoração ao Senhor.
           
Se colocar diante da presença do Senhor minutos antes de começar a Missa para se desligar das preocupações que podem distrair muito importante, é um ato de fé. (Lc 19, 46)

CANTO DE ENTRADA

            Durante o canto de entrada, o padre que preside a Missa acompanhado dos Ministros (Acólitos) dirige-se ao altar, faz uma inclinação profunda, beija o altar em sinal de veneração e inicia a celebração com o sinal da cruz com a expressão “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” que tem um sentido Bíblico, significa que iniciamos a Missa colocando a nossa vida e toda nossa ação nas mãos da Santíssima Trindade..

ACOLHIDA  E SAUDAÇÃO

            O Padre acolhe e saúda a Assembléia com palavras espontâneas ou com a forma composta no Missal.
            A saudação é bíblica, podemos ver alguns exemplos de saudação: RT 2,4; Lc 1,28; Jo 20,19; 2Cor 13,11-13

ATO PENITENCIAL

            É o convite para que cada um olhe para dentro de si mesmo diante do olhar de Deus, reconhecendo e confessando seus pecados (falta de amor) lembrando sempre do que Jesus disse em Mt 7, 1-3, pedindo perdão de todo coração com o sentido e o propósito de mudança de vida como o profeta Davi falou a Deus. (Sl 54 ou 50,3-6)
            Aos domingos, particularmente, no tempo pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer a benção e aspersão da água  em recordação do batismo.(DEVII, 51).
            Senhor tende piedade de nós logo em seguida ao Ato penitencial que pode ser cantado, a menos que já tenha sido rezado no ato penitencial,  momento em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram sua misericórdia. (DEVII, 52)

HINO DE LOUVOR OU GLÓRIA

            O Glória é um hino de louvor à Santíssima Trindade que se sucede ao Ato penitencial como forma de expressar nossa alegria pela graça do perdão de Deus, alegria essa que transborda do coração de forma espontânea. O glória é cantado ou recitado nas Missas solenes, seja nos domingos e sábados ou nas festas dos santos. Só se omite o glória na Quaresma e no Advento, por que não são tempos próprios de expressar alegria.
(At 3, 8-9; Lc 1, 46-47; Lc 2, 14; Lc 2,29-32)
           
Importante lembrar que o texto desse hino não pode ser substituído por outro. Se não for cantado deve ser recitado por dois coros dialogando entre si. (DEVII, 53)


ORAÇÃO DA COLETA

Coleta, quer dizer reunir, recolher, coletar. Aqui é o momento de coletar os pedidos, as orações da Assembléia, por isso começa com o “Oremmus”, com um momento de silencio para uqe todos faça sua oração mentalmente, em seguida o padre eleva as mãos e profere a oração oficialmente em nome de toda a Igreja, elevando a Deus todas as intenções dos fiéis, e todos respondem Amém (Assim seja) em sinal de confirmação. Após essa oração termina os Ritos Iniciais passando para a segunda parte da Missa.


SEGUNDA PARTE DA MISSA


2-LITURGIA DA PALAVRA


            A Liturgia da Palavra  tem um conteúdo de maior importância. Nessa hora, Deus nos fala solenemente. Fala a uma comunidade reunida como “Povo de Deus” e fala intimamente a cada um dos presentes. (Hb 4, 12/Lc 7, 14-15)
            A  parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas Leituras Sagradas e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida pela homilia, a profissão de fé e a oração universal dos fiéis. Nas Leituras Sagradas Deus revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo se faz presente em meio aos fiéis, por sua palavra.
             Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da Palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia.
            Na celebração da Missa as Leituras são sempre proferidas do ambão. (DEVII, 57 e 58).
            Durante a semana se proclama uma leitura geralmente retirada do Antigo Testamento, o Salmo Reponsorial, o canto de Aclamação e o Evangelho, a Homilia, a Profissão de fé, e a oração dos fiéis. Já aos domingos e em dia festivos temos a primeira leitura,  o Salmo Responsorial, a segunda Leitura,  o canto de Aclamação e o Evangelho, seguido pela Homilia,  a Profissão de Fé e a oração dos fiéis.

1ª. LEITURA
            Em geral é retirada do Antigo Testamento, onde se encontra o passado remoto da história da Salvação. Pode ser também uma carta

SALMO RESPONSORIAL
            Parte integrante da liturgia da palavra é  uma espécie de eco ou resposta à mensagem proclamada, oferece uma grande importância litúrgica e pastoral, favorecendo a meditação da Palavra de Deus. Não pode ser um canto qualquer, as vezes canta-se outro “Canto de  Meditação,que pode ser também válido. desde que sua mensagem esteja dentro do tema da Leitura e ajuda  a Assembléia a rezar e a meditar a Palavra de Deus que acabou de ser proclamada.

2ª. LEITURA
            Em geral é uma carta (“Epístola”)
            São Gregório disse: “A Bíblia é a carta de amor de nosso Pai. E, muitas vezes, nós a deixamos fechada no envelope”.



CANTO DE ACLAMAÇÃO
            Antes da proclamação do Evangelho canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exige o tempo litúrgico. Neste momento deve-se fazer a Monição convidando e motivando a Assembléia para ouvir o Evangelho. A Monição (breve comentário), é feita com os fiéis sentados, em seguida a Aclamação ao Evangelho, canta-se de pé. Na Quaresma e no Advento não tem o Aleluia.

EVANGELHO
            Ponto alto da Liturgia, a expectativa para ouvir a mensagem da Palavra de Deus proclamada pelo leitor, o padre ou o diácono proclama o Evangelho, junto da estante, num lugar mais elevado, para ser visto e ouvido claramente por todos.
            Cada pessoa faz o sinal da Cruz na testa que seria o pedido para Deus abrir a cabeça para ter uma boa compreensão da palavra, outro sinal na boca que seria pedir para que possa espalhar essa mensagem corretamente aos outros e um sinal no peito que simboliza abrir o coração para amar esta palavra que vai ser proferida.

HOMILIA
            Tem um significado de sermão explicativo. Nutridos pela Palavra de Deus, é necessário que o sacerdote atualize o que foi dito há mais de dois mil anos atrás, diz o que Deus está querendo “Hoje” para aquela comunidade ali presente. E os fiéis não devem levar em conta a pessoa do padre, mas sim o próprio Cristo, que disse aos seus discípulos: “Quem vos ouve. a mim ouve, quem vos rejeita, a mim rejeita”. (Lc 10, 16)
            A Homilia por via de regra é proferida pelo sacerdote, não podendo ser omitida  aos domingos e festas sobretudo nos dias de semana do Advento, Quaresma e Tempo pascal, a não ser por motivo grave, ou por alguém delegado a um sacerdote concelebrante, ou ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo. (DEVII, 65)

PROFISSÃO DOS FÉ
            O Símbolo da  Profissão de Fé tem por objetivo levar o povo  a responder  à palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada pela homilia.
            Na atitude de professar solenemente a sua Profissão de Fé, a Assembléia quer dizer que crer realmente na Palavra de Deus proclamada e que está pronta para po-la em prática.
            O “Creio em Deus Pai” é a base da fé católica, e quando falamos que cremos na Santa Igreja Católica, estamos falando da Igreja como algo divino ou seja instituída por Deus, não da Igreja pecadora ou seja constituída por criaturas imperfeitas. (Mt 16, 18-19).
            O símbolo da Fé pode ser recitado como pode ser cantado por todos juntos, ou pelo sacerdote com a assembléia ou pelos cantores com a assembléia.

ORAÇÃO DOS FIÉIS
            Na Oração dos fiéis, oração universal, o povo responde de certo modo à palavra de Deus acolhida com fé e exercendo sua função sacerdotal , eleva preces a Deus pela salvação de todos. Aqui professamos nossa confiança  em Deus que nos falou e nós colocamos em sãs mãos as nossas preces  de maneira oficial e coletiva. E fazemos essas orações confiando em Jesus, que disse:”Pedi e vos será dado; procurai e achareis; batei, e se abrirá para vós. De fato, todo o que pede recebe, quem procura encontra, quem bate se abrirá”. (Mt 7, 7-8).
            Convém que normalmente se  faça esta oração nas Missas com o povo, de tal modo que se reze pelas seguintes intenções:
v     Pelas necessidades da Igreja
v     Pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo
v     Pelos que sofrem qualquer necessidade
v     Pela comunidade local


TERCEIRA PARTE DA MISSA

LITURGIA EUCARÍSTICA

            Jesus na última Ceia institui a Eucaristia – o sacrifício e a Ceia Pascal que o torna presente na Igreja.
            Cristo, na verdade, tomou o pão e o cálice, deu graças, partiu o pão e deu aos seus discípulos dizendo: Tomai, comei e bebei; isto é o meu corpo; este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim (Mt 26, 26- 29). Por isso a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que correspondem às palavras e gestos de Cristo. De fato:
v     Na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos qu e Cristo tomou em sua mãos
v     Na Oração eucarística reúnem-se graças a Deus por toda a obra de salvação e as oferendas tornando-se Corpo e Sangue de Cristo
v     Pela fração do pão e pela Comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue de Cristo de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo com os Apóstolos, das mãos do próprio Cristo.

            A Eucaristia reúne duas coisas:
v     Como Sacramento, renova a Ceia Pascal
v     Como Sacrifício, renova o ato redentor de Cristo na Cruz

PROCISSÃO DAS OFERENDAS
            Somente em razão especial deve-se fazer a procissão das oferendas. As principais ofertas são o Pão e o Vinho, podendo se trazer outras coisas como: trigo, uva água, flores. Na hora do ofertório colocamos uma cesta para recolher as ofertas para conservação do templo (da casa de Deus). Deve ser bem claro, aqui não se trata de esmola, mas sim um gesto de gratidão em sinal de retribuição a tantos benefícios que dele recebemos. Não importa o que é colocado, mas a intenção com que se coloca.
            As oferendas na verdade é um rito milenar direcionado a Deus em forma de gratidão pelos benefícios recebidos. Caim e Abel fazia sua oferta a Deus Pai (Gn 4,3.4,4), Moisés oferecia holocaustos ao Senhor (Ex 20,24), e Jesus o Cordeiro imolado se oferece para remissão dos pecados e se faz presente sobre as espécies de pão e vinho.
No altar já devem estar o corporal, o purificatório, o missal e o cálice, a não ser que se prepare na credencia.
Enquanto acontece as oferendas se canto um canto apropriado  até que o sacerdote lave as mãos exprimindo por esse rito o seu desejo de purificação interior.

APRESENTAÇÃO DO PÃO E DO VINHO
            O presidente  oferece o pão a Deus, e convida aos fiéis rezarem com o ele , e com a oração sobre as oferendas, que termina com a conclusão mais breve: “Por Cristo, nosso Senhor, que convosco vive e reina” e a Assembléia responde prontamente, “Amém”.

ORAÇÃO EUCARÍSTICA

            Com a Oração Eucarística centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. Ela é distinta entre todas as  orações pelos seus elementos:
v     ação de graças expressa no Prefácio
v     A aclamação pela qual a assembléia em união com os espíritos celeste cantam o Santo
v     A epiclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações especiais a força do Espírito Santo para que os dons oferecidos pelo homem sejam consagrados e se tornem o corpo e o sangue de Cristo
v     A narrativa da instituição e consagração pelas palavras de Jesus
v     A anamnese, pela qual se cumpre a ordem recebida do Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja faz a memória de Jesus, relembrando sua paixão, morte, ressurreição e ascensão aos céus
v     A oblação, pela qual a Igreja, em particular a Assembléia reunida realizando esta memória, oferece ao Pai e ao Espírito Santo, a hóstia imaculada
v     As intercessões, pela qual se exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terestre, a oblação é feita por todos os seus mebros vivos e defuntos coparticipes do Corpo e Sangue de Cristo
v     A doxologia final que exprime a glorificação de Deus confirmada pelo o Amém do povo orante

RITO DA COMUNHÃO

PAI NOSSO
            O Pai Nosso é uma oração no sentido comunitário e não individual, mesmo que rezemos sozinhos estou incluído todos os meus irmãos. Por isso digo Pai Nosso e não Pai Meu, venha a nós o vosso Reino.
            Antes de ser ensinado aos discípulos foi vivido por Jesus, portanto deve ser vivido por seus discípulos.

SAUDAÇÃO
            Logo depois do Pai Nosso o Presidente  reza uma oração pedindo a Deus nos livrar de todos os males segue o Rito da Paz, no qual a Igreja implora pela paz e a unidade de si mesma e para toda a família humana.

FRAÇÃO DO PÃO  (ICor 10, 17)
            Ao terminar a Saudação o celebrante parte a Hóstia grande e coloca um pedacinho da mesma dentro do cálice com vinho consagrado, em um gesto belíssimo de fraternidade, enquanto isso ele recita em voz baixa: “ Esta união do corpo e sangue de Jesus, o Cristo e Senhor, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna. enquanto isso a Assembléia canta ou recita o Cordeiro de Deus.

CORDEIRO DE DEUS
            Embora no inicio da Missa já se tenha pedido perdão a Deus pelos nosso pecados, ainda não nos sentimos dignos de receber o corpo e sangue de Cristo, por isso mais uma vez pedimos a misericórdia de Jesus, para que se faça um em nós. O sacerdote levanta a Hóstia Consagrada afirmando estar ali o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, o qual não somos dignos de receber, mas por sua palavra somos salvos. “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor (Mt 8, 8).


COMUNHÃO
           
COMO DEVO COMUNGAR?

            Ao ser apresentado o corpo de Cisto na mesa do banquete eucarístico o fiel cristão deve estar atento aos gestos e maneiras  diante do altar para receber Jesus.
            O sacerdote ou Ministro ao apresenta Jesus ele: “ O Corpo de Cristo”, e nós devemos responder com convicção o “Amém”, que quer dizer sim este é o corpo de Cristo. O comungante ao receber a Hóstia deve comungar ali mesmo, e não sair com a Hóstia na mão. Para comungar é preciso estar na graça de Deus ( sem pecado grave) e em jejum ( sem comer pelo menos durante uma hora antecedendo a comunhão)e estar dignamente vestido, para apresenta-se diante de Jesus.



CANTO DE COMUNHÃO
            Enquanto  o Sacerdote recebe o Sacramento, entoa-se o canto da comunhão que exprime, pela unidade das vozes a união espiritual dos comungantes, demonstra alegria no coração e realça mais ainda a beleza da Celebração da Santa Missa.
            O Canto de Comunhão deve expressar uma antinfona do Gradual Romano ou outro canto adequado, aprovado pela Conferencia dos Bispos.
            Após a Comunhão é necessário que se faça um silencio para interiorização da Palavra de Deus e ação de graças, pode-se recitar um salmo ou cantar um canto de ação de graças.
           


                                        QUARTA PARTE DA MISSA
                                              
RITOS FINAIS


            Os Ritos Finais se inicia com a Oração PósComunhão proferida pelo sacerdote seguidos dos avisos e convites.
SAUDAÇÃO E BENÇÃO FINAL
            Pode ser uma formula simples ou solene., com a benção final e o beijo no altar e a inclinação final em sinal de respeito profundo.

NA SACRISTIA
            Para finalizar todos os participante da Missa, Sacerdote, Acólitos e Ministros se recolhem na sacristia par a reverencia final quando o sacerdote diz Bendigamos ao Senhor, e ao que se responde “Demos Graças a Deus”.




DOMINGO – DIA DO SENHOR


            Deus conhece o homem na sua mais profunda intimidade de sua alma, pois Ele o criou e conhece bem suas limitações. Ao criá-lo deu-lhe uma ordem (Ex 20, 8-11). O sábado era o dia que lembra a Aliança de Deus com seu Povo eleito (Ex 31,16-17). Jesus porém,  é a plenitude da Lei e da Eterna Aliança. E Ele ressuscitou no domingo. Pois bem a ressurreição de Jesus é portanto o maior acontecimento da História da Salvação. Por isso o dia do Senhor passou a ser festejado pelos cristãos no domingo, para bem celebrar a Eucaristia que é o centro da piedade cristã. (At 20, 7/ Mt 12, 8/ Cl 2, 16-17)
            A palavra Domingo vem do Latim que significa Dia do Senhor. Todo dia é dia do Senhor , mas é este dia é em especial destinado à renovação espiritual, é o centro e ápice da piedade cristã como é chamada a Missa pelo próprio Concílio.




                                                     Margarida Maria Viana Sales
                                               Teóloga/Historiadora/Psicopedagoga
                                                           janeiro de 2011

LITURGIA




“Esse povo me louva com os lábios, mas seu coração está longe de mim”. (MT 15,8)




            A Palavra Liturgia deriva de dois vocábulos gregos:
                       
                                   Leiton = povo

                                   Engon = ação, serviço dedicado


            Nas Sagradas Escrituras a palavra aparece pela primeira vez na tradução grega (LXX), onde o Culto e os Ritos praticados sob a Lei de Moisés eram assim chamados.

            No Novo Testamento  parece principalmente nos escritos de Paulo com três sentidos diferentes:

v     um profano – designando qualquer serviço pessoal ou coletivo;
v     um cultico designando rituais de celebração;
v     um vivencial quando se refere ao culto a Deus.

Na Didaqué (Doutrina) vai designar a ação de Cristo o único participante do seu
sacerdócio (culto) profético (anúncio) e régio (serviço de caridade).

Portanto a Liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo
tempo é a fonte de onde emana toda a sua força com sinais  sensíveis para a santificação do homem, exercitada através do exercício do culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, cabeça e membros.
            O Catecismo da Igreja Católica nos dá o norte quando fala da Litrgia:
            “Disto se segue que toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo que é a Igreja, é ação Sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo titulo e grau, não é igual por nenhuma outra ação da Igreja. (Ct. 1070, p. 262)

            A primeira Constituição disciplinar promulgada pelo Vaticano II, o Sacrossanctum Concilium, que incrementa e trata da reforma da Liturgia, diz: “Toda celebração Litúrgica, como obra  de Cristo sacerdote, e de Seu Corpo, que é a Igreja. É uma ação Sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo título e grau, não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja” (SC 7 . 532, p. 264) Ele meso falou: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio dele”. (MT 18,20). E nós nos reunimos em nome de quem? Façamos: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
            É do  conhecimento de todo católico cristão, que Jesus Cristo salvou a todos por sua morte na Cruz, salvando a divida  de toda a humanidade, por sua morte na Cruz saldando toda dívida com o Pai, pagando o preço de nosso pecado tornando-se vítima e sacerdote, entregando-se livremente, Ele não só é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Ele é o Sacerdote e o Sumo Sacerdote do Pai.
            A cada Missa celebrada, a cada Sacramento celebrado e a cada recitação do Breviário, a morte de Jesus é tornada nova e realmente presente, Altar e Cruz possuem a mesma identidade substancial, é a ação do sacerdócio de Cristo, pois toda Liturgia deriva da Cruz.
           
São duas as dimensões litúrgicas:
v      Glorificação de Deus;
v      Santificação dos homens.

uma completa a outra, uma é conseqüência da outra, que deve nos levar a uma aproximação maior com Deus e nos leva a uma atitude de conversão.

            Santo Thomas de Aquino  nos diz: “Todo o rito do culto cristão é derivado do sacerdócio de Cristo”. (S. Th III, q 63, a.3). O Catecismo da Igreja Católica desenvolve essa sentença do Angélico: “ Pela Liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo Sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção”. (Cat. 1069, p. 261). É no culto que o Senhor nos destina a realizar a obra de Deus para a qual fomeos chamados. “Um dia em que eles celebravam o culto do Senhor e jejuavam, o Espírito Santo disse: “ Reservai-me Barnabé e Saulo, em vista da obra a qual eu os destino”. (At 1,2).
            O Espírito Santo é o motor, é Ele que move toda a ação da Igreja através do rito, dos símbolos e em especial do Sacerdócio Régio de Jesus.

            Na Encíclica Mediador Dei sobre a Liturgia Pio XII define categoricamente: “ O sacerdócio de Jesus Crist está sempre em ato na sucessão dos tempos, não sendo a liturgia outra coisa que o exercício desse sacerdócio”. (Mediador Dei, 19 ).

            A liturgia é a ação mais sagrada da Igreja, ela culmina na Missa, mas não se esgota nela. A Liturgia é continua em cada ato, em cada culto cristão, seja em um Batismo, na absolvição dos penitentes, na dedicação de uma Igreja, em uma procissão de Corpus Christi, no Canto solene das Vésperas, na benção de uma residência, ela provém da graça conquistada na Cruz ou seja ela brota da Cruz. Sua eficácia provém do próprio “ Verbo Encarnado”.

            Sendo a Liturgia a ação de Deus e de seu povo, ela não pode nunca ser a ação de algumas pessoas ou de um determinado grupo ou movimento. Quem celebra é o povo de Deus,  unidade do Espírito Santo. Não se trata aqui de um povo qualquer, mas um povo que convidado por Deus peal escuta da Palavra, se reúne em assembléia para celebrar.

            A Liturgia não é só uma celebração dominical, nela encontramos todas as formas que a Igreja tem para celebrar o mistério de Cristo que nos permite através de ritos vivenciar e experimentar a intima comunhão com Deus e os irmãos. (doc. 43 CNBB) E para promover esta participação ativa devem-se “incentivar as aclamações do povo, as respostas, as salmodias, as antífonas e os cânticos, bem como as ações e gestos e o porte do corpo. A seu tempo seja guardado o silêncio sagrado”.(SC 30)

            “Na Liturgia terrena, antegozante, participamos da liturgia celeste, que se celebra na cidade Santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos”. (SC  8 – Fl 3,20).
É de suma importância “resgatar o direito divino na liturgia” sem macular a ação salvífica de Cristo ou seja fabricar sua própria liturgia, desrespeitando a ancestral tradição liturgia do rito romano, conseqüentemente a norma positiva da Igreja.

Vale lembrar as sabia palavras de Santo Cura D’Ars: “Todas as boas obras juntas não se igualam ao valor do sacrifício da Missa, porque elas são boas obras do homens. e a Santa Missa é a boa obra de  Deus. O martírio não é nada em comparação a isso; ele é o sacrifício que o homem faz de sua  vida a Deus;  a Missa é o sacrifício que Deus faz ao homem de seu  Corpo e Sangue”.
            Deus nos convida a mergulhar na natureza litúrgica da Santa Missa, lembrando-nos da história da salvação para a santificação continua de mulheres e homens e para a glorificação de Deus.
           
            Nossa tarefa como cristãos é estudar em sua totalidade a natureza da Liturgia em todos os seus aspectos e dimensões, para compreendê-la e vivê-la à luz da Fé. Para isto a Igreja cuida minuciosamente de  subsidiar seus fiéis leigos com documentos para tais estudos, juntamente com as Sagradas Escrituras.

            O Sacrossanctum Concilium divide o estudo da Liturgia em dois momentos para facilitar o entendimento e a prática:
                       
1-      O momento da história da Salvação
1.      A história da  salvação
2.      A origem da Igreja e da Liturgia
3.      O mistério Pascal
4.      A Liturgia, momento da história da salvação.

2-      A liturgia, exercício do sacerdócio d e Cristo
1.      O sacerdócio de Jesus Cristo
2.      O sacerdócio dos cristãos
3.      A Liturgia como ação simbólica – sacramental
4.      Na liturgia Deus nos santifica e nós glorificamos a Deus
5.      Na liturgia terrena participamos da liturgia celeste.

Infelizmente em muitos lugares os cursos de liturgia estão envolvidos com os contos e mitos ao invés de corresponder verdadeiramente `a verdade da doutrina e da disciplina da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Este assunto poderemos esplanar em outra ocasião quando estudaremos sobre os mitos que envolvem a Liturgia.

                        Nos deteremos a partir daqui no aprofundamento bíblico do mais sublime ato Litúrgico da Igreja – a Celebração da Eucaristia.








PERGUNTE E RESPONDEREMOS



                                                   MARIA, A MÃE DE
                                                        JESUS.

                                        
São muitas as questões que são levantadas sobre a vida de Maria e sua condição de ser a Mãe de Jesus.
A Igreja Católica Apostólica Romana defende Maria através de dogmas de FÈ, mesmo porque pouco se fala Dela nos Evangelhos.
O protagonista de um dos Evangelhos Apócrifos, escreve sobre Maria, seu nascimento, seu sofrimento ao pé da Cruz e sua vitória  sobre a Morte.
Ora, se os fatos não existissem, se não se vivesse o tempo no tempo, não existiria História para se contar. Com Maria não foi diferente. Alguém (muitos) estiveram com ela, mesmo porque depois que Jesus foi morto na cruz, e dado o fato de sua ressurreição, Maria já não tinha mais José seu esposo, pois já havia morrido, portanto quase não tem referências sobre o mesmo nos Evangelhos, e no inicio do cristianismo a atenção uns com os outros era uma constância, principalmente Maria que pelo que consta estava ao pé da cruz e Jesus a entrega a João seu discípulo amado, mesmo sendo um estranho pois não lhes tinha nenhum parentesco, (Jo 19,25-27 “o qual, a partir desta hora, recebeu-a em sua casa”). Se Maria tivesse outros filhos não haveria necessidade de entregá-la aos cuidados de alguém. Portanto Jesus a confiou ao discípulo que ele mais amava.
Maria a esposa do Espírito Santo jamais cometeria adultério contra seu esposo, pois foi essa uma das condições do seu SIM. Pois não foi qualquer mulher que deu esse SIM, precisava ser certo, integro, puro até a eternidade, pois Ela foi criada no seio do Pai desde antes, desde o Édem quando Adão e Eva comprometem a humanidade à condição de pecado, Maria a nova EVA a AVE cheia de graça já havia sido concebida no seio do Pai, que imediatamente por excesso de AMOR paternal projeta resgatar a humanidade toda.
Um outro ponto importante, Jesus como filho amado de Maria, ressuscitou entre os mortos, seu amor por sua Mãe jamais a deixaria ser corrompido pela morte. Pensemos  bem, se  Elias foi arrebatado aos Céus que eram apenas servo de Deus, quanto mais Maria que além de ser Serva, é a Mãe do Salvador, a Protagonista do Evangelho, sem Ela, sem o seu SIM, Jesus teria vindo de outra maneira, mas esta foi a maneira como o PAI projetou e realizou. Maria foi elevada aos Céus pelos Anjos, assim como Elias foi arrebatado com o Carro de Fogo. Os Apóstolos jamais inventariam uma história que não fosse verdadeira.
            É compreensível que a FÉ dos que ficaram, e aí estão, e permanecerão por todos os tempos, seja tão pouca como a de Pedro, que não acreditou que pudesse andar pelas águas sem se afogar, que não acreditou que negaria a Jesus por três vezes consecutivas, como Tomé que não acreditou que Jesus havia ressuscitado dentre os mortos, foi preciso tocar-lhe com as mãos.
Por que então essas perguntas, que não nos levam à salvação, nos levam a especulações e perca de tempo em AMAR como Jesus amou e a dizer o SIM que Maria pronunciou quando foi escolhida, a cantar o Magnífica, reconhecendo-a como a Bem aventurada entre todas as criaturas e proclamada de geração em geração, desde antes ao sempre, por ter sido  a virtude das virtudes, a sabedoria da sabedoria, o AMOR do AMOR permitindo que o Verbo se fizesse carne e habitasse entre nós, e mais importante porque nela “o Todo Poderoso fez grandes coisas em” SEU “ favor. Seu nome é Santo e sua misericórdia perduram de geração em geração, para aqueles que o temem.”(Lc 1,49-50). Se o próprio Espírito Santo revela isto em Maria, quem somos nós para duvidar das grandezas de Deus. Pois temer a Deus não é ter medo dele, mas Amá-lo com tamanho amor, amor incondicional que não duvida de suas ações sobre cada um de nós, e principalmente sobre os que ELE confiou a missão de resgatar - nos.

            Aqueles que não crêem, perguntam:
                         
1-       Será que Maria teve outros filhos?

2-       Será que Maria foi realmente assunta ao Céu? Ou morreu e só vai ressuscitar como os outros seguidores de Cristo?



3-       Qual a situação de Maria?

a)       Mãe de Jesus?

b)       Seguidora de Jesus?

c)       Uma mulher como outra qualquer?

d)      Como se apresenta no Evangelho?
                                                                                                                    
Para que essas dúvidas sejam esclarecidas;  para aqueles que amam verdadeiramente não duvidam, pois a Palavra de Deus é luz, é lâmpada para os nossos olho,
  Marcelino de Coimbra lança um transcrito do folheto da Revista Bíblica Brasileira Pe. Caetano Tilesse, em sua Edição Trimestral – sobre algumas respostas a essas perguntas que valem a pena serem revistas e ressaltadas com o objetivo de esclarecer que a FÉ não  é algo que se cria com respostas a perguntas, mas se tem por AMOR.
“Se Jesus foi o único Filho de Maria, porque vemos tantas passagens que se referem aos irmãos de  Jesus?” A palavra irmãos  consta na Bíblia com vários significados tais como: primo, parentes, pessoas de uma mesma nação, clã ou tribos, aliados, políticos, discípulos e outros.
Convém salientar que no hebraico e no aramaico não existem palavras específicas para indicar o parentesco como: primos, cunhados, tios, avô, neto, todos eram chamados de irmãos, podemos ainda mais especificamente no AT ,os irmãos profetas, Isaac, Israel ( Jacó, o povo eleito, nação consagrada, esposa de Javé, servo de Javé, povo de duras cerviz, povo verdadeiro ), no NT os cristãos, os irmãos de Jesus. Quando queriam ter uma precisão de parentesco, recorriam a árvore genealógica e por meio de trocadilhos como um jogo de palavras diziam que fulano era primo de beltrano, como vemos na própria genealogia de Jesus, (Mt 1, 1-16) a começar por Abraão encerrando em José filho de Jacó.
             Um outro exemplo bem nítido é quando se faz referência a LOT  irmão de ABRAÃO, e no entanto  LOT filho de Labann, é sobrinho de ABRÃAO, (Gen. 11, 27-31; 12, 5; 13, 8); e LABÃO é tio de JACÓ, também chamado de irmão, (Gen 24,29; 28, 2; 29,15); NAAB e ABIÚ são chamados irmãos de MIZAEL e ELISAFON, sendo primos em segundo grau, ( Lv 10,1-4; Ex 6,18.22-23).
            Portanto como percebemos não existe nenhum motivo para dizer que Maria teve outros filhos. Os Evangelhos de Jesus Cristo não atestam nenhuma condição que se afirme isso, era necessário apenas uma indicação que fosse de maneira bem clara, que um dos irmãos de Jesus nascera de Maria de Nazaré, por exemplo “fulano” filho de Maria a Mãe de Jesus de Nazaré ou ainda, “fulano” filho de Maria esposa de José, ou qualquer outra maneira que viesse apontar a maternidade de Maria antes ou depois de Jesus, mas nada atesta esta hipótese ou afirmativa.
            A confusão se faz para alguns, quando das citações referentes aos dois TIAGOS, ambos Apóstolos, Tiago Maior e Tiago Menor. São Paulo em sua Carta aos Gálatas 1,19 diz: “ Não vi nenhum dos apóstolos a não ser Tiago, “irmão do Senhor”. Seria de fato esse Tiago filho de Maria desposada com José? Vejamos o que afirma a Bíblia nas diversas passagens no que faz referência aos dois Tiagos e de quem realmente são filhos: Tiago Menor, filho de Zebedeu e Tiago Maior, filho de Alfeu, também chamado Cleófas.
            Vejamos detalhadamente o desenrolar dessa confusão, feita pelos que querem gerar conflitos desnecessários com a Palavra de Deus, que no contexto bíblico é bem clara e VERDADEIRA.
Mateus  diz o seguinte, de:
Mt 4, 21 - TIAGO MAIOR – “ Um pouco adiante viu dois outros irmãos; TIAGO FILHO DE ZEBEDEU, IRMÃO DE JOÃO...”
Mt 10,2  - TIAGO MENOR   “São  estes os nomes dos apóstolos: Primeiro, Simão chamado Pedro...TIAGO, FILHO DE ZEBEDEU... Mateus, Tomé e TIAGO, FILHO DE ALFEU...” Por estas passagens, vê-se logo que ZEBEDEU é Pai de Tiago Maior e ALFEU, PAI DE TIAGO MENOR. Basta se ter mais atenção ao ler os Evangelhos cujas narrativa da morte de Jesus no calvário, são bem claras quando diz que ZEBEDEU, era o esposo de Salomé e ALFEU OU CLEÓFAS, esposo de MARIA DO CALVÁRIO OU MARIA CLEÓFAS, irmã de MARIA, MÃE DE JESUS.
            Mateus e Marcos falam de outro irmão de Jesus, JOSÉ, ao descreverem a morte de Jesus na cruz: “ Entre elas estavam Maria de Magdala, Maria MÃE DE TIAGO, O MENOR, E DE JOSÉ, e a Mãe dos filhos de ZEBEDEU” (SALOMÈ)  (Mt 27,56; Mc 15,40-41). “Também ali estavam algumas mulheres... entre elas, Maria de Magdala, MARIA MÃE DE TIAGO, O MENOR E DE JOSÉ  e Salomé.” Portanto se José é irmão de Tiago, o menor, ambos são filhos de MARIA, mulher de CLEÓFAS, são simples PRIMOS  de Jesus, pois sua MÃE, MARIA DO CALVÁRIO, era irmã de MARIA DE NAZARÉ,  mãe de Jesus.
            No que se referem ao um outro irmão de Jesus Lucas é bem claro em sua citação e ainda na própria carta de Judas, é correlato; não existe nenhuma possibilidade de estes que dizem; serem filhos de Maria Mãe de Jesus. A Bíblia narra que há dois Judas, “TADEU” e o “ISCARIOTES” o traidor. Em Lc 6,15-16 “TIAGO, filho de ALFEU  e SIMÃO, o Zeloso; JUDAS, IRMÃO DE TIAGO e Judas Iscariotes que veio a ser traidor” . e ainda nos Atos dos Apóstolos 1,13  não se põe nenhuma dúvida:
“Estavam lá, Pedro, João... TIAGO, filho de Alfeu, Simão, o Zeloso e JUDAS, IRMÃO DE TIAGO”.  
            Judas mesmo ao iniciar sua Epístola declara ser IRMÃO DE TIAGO: Judas 1,1 “Eu Judas, servo de Jesus e IRMÃO DE TIAGO”...
            Maria adotou os irmãos de Jesus como filhos seus, é tanto que no dia de Pentecostes ela não os abandonou, permaneceu junto em oração, esperando os acontecimentos, pois tudo guardava em seu coração. At 1,13-14. “Tendo entrado na cidade, subiram à sala superior, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Felipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o Zelota; e Judas, filho de Tiago. Todos estes, unânimes, perseveram na oração com as mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele.”
Observa-se que em algumas Bíblias com TEB, AVE MARIA, JERUSALÉM... a palavra referente a “Judas filho de  Tiago” e em outra diz “Judas irmão de Tiago”, nos faz acreditar mais ainda no que se afirma sobre os significados das palavras, quer seja em aramaico ou em hebraico tem o mesmo sentido = irmãos.
            Assim sendo pode-se concluir que se Paulo ao escrever suas cartas destina-as aos irmãos, por serem estes cristãos, porque não, Maria    sendo a Mãe de Jesus e Jesus tendo tantos irmãos, pois assim os considerava, fosse de sua nação, ou seus parentes como eram os costumes hebraico ou aramaico, poderia ter tantos filhos como Abraão, que sendo um servo fiel, recebe a bênção de ser uma grande nação. Maria sendo a mãe de Jesus  que resgata a humanidade tornando todos irmãos, unânimes numa mesma fé, num mesmo amor, numa mesma pátria celeste.

            Quem mais foi tão fiel a Deus quanto Maria?


Nota- Não filhos de MARIA, mas parentes próximos, são por exemplo, primos, que o hebraico e o aramaico também chamavam “irmãos”( Gn 13,8; 14,16; 29,15; Lv 10,4; 1Cr 23,22s). Veja também Mt 13, 55p; Jo 7,3s; At 1,14; 1Cor 9, 5; Gl 1, 19.

Margarida Maria Viana Sales
Teologa/Psicopedagoga/Prfa.Histéoria